SIFU e a volta do kung-fu cinematográfico nos games | Review


Aos poucos vamos vendo as artes marciais retomando os destaques nas mídias de entretenimento, em especial com a boa  e positiva repercussão que Cobra Kai recebeu nos anos recentes. Podemos notar de lá pra cá um singelo aumento em produções de artes marciais, como a série Kung Fu e o filme Shang-Chi mais recentes por exemplo. agora chegou a hora de termos um game nos trazendo amor a pancadaria com Sifu.

Um clássico do kung-fu/wuxia


Os clássicos do kung fu geralmente contam histórias de vingança, e em Sifu, esse elemento é fundamental para a trama. O jogo nos apresenta a história de um jovem filho do Sifu que assiste impotente ao assassinato de sua família. Com o desejo de vingança em seu coração, o jogador controlará o protagonista em busca de justiça.


A fim de cumprir sua missão, a Sloclap incorporou outro elemento clássico dos filmes de artes marciais: investigação. Conforme o jogador descobre quem foram os responsáveis pelo assassinato de sua família, ele ou ela deve encontrar uma maneira de se vingar, descobrindo as fraquezas dos adversários e derrubando seus domínios um a um.

Um game dedicado a arte da pancadaria em gameplay


Sifu
 segue a tradição do kung-fu, mas seu verdadeiro brilho reside na maneira como os movimentos são usados na prática, transformando o jogo em um roguelite de artes marciais. Com uma variedade de técnicas para lutar com as mãos, pés ou objetos, o jogador deve aproveitar os movimentos oportunos para derrubar seus oponentes.


Seja lutando contra um único adversário ou contra multidões, é importante manter o equilíbrio e a barra de energia, que determina a capacidade de sobrevivência do jogador na luta. Se você receber muitos golpes, receberá um golpe forte que o deixará vulnerável. Esquivar-se e aparar ataques são fundamentais para uma boa defesa e para executar golpes com mais eficácia.

Os socos e pontapés determinam a maior parte das lutas, mas é importante dedicar tempo para aprender a se defender e esquivar, para não envelhecer rapidamente e poder derrotar seus oponentes sem sofrer muito dano. Quando você acumula uma quantidade suficiente de energia de foco, pode aplicar um golpe especial que atinge uma área específica do oponente, atordoando ou derrubando-o e permitindo uma sequência de ataques livre.

Aprendizado com o tempo


Em Sifu, um dos elementos curiosos é o sistema de vidas e continues, que é determinado pela idade do personagem principal. No início do jogo, o personagem tem 20 anos e, dependendo da habilidade do jogador nas lutas, ele pode permanecer jovem por mais tempo. Caso contrário, a idade trará mais experiência e conhecimento em artes marciais, pelo menos é o que dizem.

O Contador de Morte é uma das mecânicas principais de Sifu. Começamos com 20 anos, mas a cada vez que o personagem morre, ele retorna mais velho. Se ele morrer uma vez, ele volta com 21 anos. Se morrer novamente aos 21 anos, ele volta com 23 anos (21 anos mais as duas mortes) e assim por diante. O contador pode ser reduzido, mas o personagem continuará envelhecendo.


É preciso ficar atento a isso, especialmente nas lutas contra os chefões, que tendem a envelhecer o personagem nas primeiras jornadas do jogo. A cada década de idade que o personagem ganha, sua barra de saúde diminui e seu dano aumenta, emulando a ideia de domínio das artes marciais com a fragilidade do corpo.

Você sabe kung-fu?

Diga, diga o nome dele...

Agora que conhecemos todos os aspectos de Sifu, ainda falta mencionar a árvore de habilidades. Ao derrotarmos adversários durante a jornada, acumulamos experiência (XP) que é usada para desbloquear habilidades para o personagem, desde técnicas até melhorias no corpo.


Entretanto, só podemos fazer upgrade de habilidades em Sifu quando encontrarmos o Altar, uma estatueta de Dragão, e habilitarmos todas as habilidades possíveis antes de fechar a tela. Se não usarmos o Altar, o segundo método para desbloquear movimentos é quando morremos. Na tela de continue moral, podemos escolher as técnicas de acordo com a quantidade de XP disponível e, então, voltar ao combate.

Se desafie na Arena


Se a história parecer curta demais para você após dominar muito das artes do kung-fu, o modo Arenas chega para te dar uns desafios extras para se testar em Sifu. O modo traz diversos desafios e condições especiais para sobreviver e completar o mesmo.

Com diversas formas de idade do nosso protagonista, cada desafio testará o quão bom você ficou como, por exemplo, sobreviver a algumas waves sem envelhecer demais, ou, mais velho e ter de vencer os adversários com até certa condições de golpes acertados, realizar mais que determinada pontuação.

É aqui que seu verdadeiro kung-fu será testado após completar o game e continuar sua vontade de socar vagabundo por aí.

Lute sabiamente


Para os amantes das artes marciais, Sifu é uma excelente opção para se aventurar. É evidente a dedicação do estúdio indie ao tema, presente em todos os aspectos do jogo. Embora jogos indies sejam muitas vezes negligenciados pela maior parte da base de fãs do PlayStation, aqueles que apreciam bons jogos independentes e não se concentram apenas em jogos AAA ou exclusivos de PC, além dos jogadores de PC, serão imensamente beneficiados ao dar uma chance a este jogo, principalmente agora, que quem esperou, acabou sendo presenteado com novas versões de console do game, com a de Xbox.


Sifu proporciona um grande desafio recompensador e representa um sopro de esperança para o futuro dos jogos de artes marciais, ou pelo menos para novos jogos do gênero beat 'n up ou retornos de grandes clássicos, para ajudar a aquecer o nicho que já recebeu um impulso com Tartarugas Ninja de 2022.

Se você ainda está em dúvida se deve comprar Sifu ou não, a resposta é simples: se procura por um desafio gratificante e deseja momentos emocionantes como em "Old Boys", vá sem medo. Mas se a abordagem roguelite não é sua praia, pense bem antes de investir e aproveite as pancadarias.

Postar um comentário

0 Comentários