Não ironicamente esse filme deixa leves,
eu disse isso também no review
mas talvez sem reforçar tanto isso mas reforçando como gastar R$ 6 nele foi
minha alegria, o filme deixou uns três momentos no máximo, nos mostrando que,
se de fato, quisessem, eles poderiam fazer algo menos trágico.
A novela do nascimento do live action
Antes de falar de números e soltar o Meteoro de Pegasus, é válido trazer três
perguntas da entrebista realizadas pela
Variety
com o produtor internacional da Toei Animation, Ikezawa Yoshi:
Como e por que você escolheu esta propriedade de anime em particular para se tornar um longa-metragem live action internacional?
Como e por que você escolheu esta propriedade de anime em particular para se tornar um longa-metragem live action internacional?
Tradicionalmente, muitos títulos de anime são baseados em mangás existentes. E geralmente se você tem um bom mangá, o anime tende a ser bom. Mas isso também significa que você tem muitas partes interessadas: autor do mangá, editores e o que nós, japoneses, chamamos de comitê de produção. Esta propriedade foi escrita por Masami Kurumada, que não tinha um acordo exclusivo com uma editora. Em vez disso, ele controla os direitos e criou uma empresa.
Obviamente, ele queria ter uma certa contribuição criativa e proteger sua IP durante a transição para animação CGI e live action. Mas poder ter essa conversa direta é muito mais fácil. Além disso, ele é uma ótima pessoa. Uma vez, estraguei tudo, causando uma reação global quando apresentei a adaptação da série Netflix. Ele me levou para uma luta de sumô, jantar e um bar e [resolveu as coisas]. Além disso, cresci com esta propriedade e era um fã pessoal.
Com o mangá “Saint Seiya” sendo um grande sucesso, globalmente, na América do Norte, América Latina, Europa e China, já estabelecemos uma base de fãs em muitas partes do mundo. É por isso que a Sony Pictures nos procurou.
Há quanto tempo está em andamento o desenvolvimento de um filme dos “Cavaleiros do Zodíaco”?
O Sr. Kurumada teve a ideia quase desde que começou o mangá na década de 1990. Houve um piloto live action de três a cinco minutos. Eu mesmo estou trabalhando nisso há quase dez anos.
Quais foram esses passos?
Garantir os direitos foi relativamente fácil porque trabalhamos juntos. Mas eu não conhecia os estúdios de produção de Hollywood, então pesquisei, conheci pessoas e tentei me tornar um parceiro dos criadores. Fizemos parceria com um diretor na época, mas acabou não dando certo. Criamos materiais visuais e também começamos a procurar possíveis parceiros na Europa. Muitos se interessaram, mas as estruturas do negócio não deram certo. Os produtores europeus dependem muito do sistema [soft money]. As empresas japonesas convencionais não podem produzir um filme dessa maneira.
Felizmente, a Netflix entrou a bordo querendo fazer a série como uma animação de TV. Então, continuamos fazendo os roteiros, mais de vinte rascunhos. E, ao mesmo tempo, os temas cômicos estavam se tornando mainstream [do cinema], graças à Marvel e à DC.
Nunca teríamos seus orçamentos na casa das centenas de milhões de dólares. Em vez disso, com nossos recursos mais limitados, poderíamos nos inclinar para o estilo anime.
Depois de todas essas negociações e discussões, concluí que seria melhor fazermos isso nós mesmos. Poderíamos mostrar o que queríamos mostrar e ao mesmo tempo arriscar sozinhos.
Prelúdio do caos
Tá escrito Pegasus Fantasy e a música toca discretamente e disfarçadamente por 10s no filme... |
Desde o primeiro teaser eu adotei um tom mais cauteloso e não quis entrar no
fácil, no cômodo, de logo já taxar o que havia grande chance, ser tudo
horrível.
Você conferir aqui meus pensamentos iniciais do teaser. Desde o primeiro vídeo o sentimento de apenas o Mackenyu ser a
salvação mesmo que fosse um Seiya mal escrito, se concretizou.
Eu não tenho problemas com mudanças para certas adaptações, afinal, a forma
como quadrinhos, desenhos, livros e filmes dialogam são diferentes, logo, ao
levar uma obra entre essas diferentes plataformas, mudanças serão feitas para
se adaptar ao formato e contar a história.
Quanto mais materiais eram divulgados, uma coisa e outra dava um leve ar de
animação, enquanto todo o resto era nebuloso para quem não queria surtar com
antecedência e faz muito bem não sofrer antes da hora.
Com o filme chegando ao seu lançamento, marketing inexistente e fortemente
puxado com veículos que amam a obra e, assim como todos os fãs mais antigos de
Cavaleiros do Zodíaco, a carência de novidades bate mais forte e
abraçar o live action com toda força e "cegueira" foi um caminho involuntário
para alguns.
Com certeza um filme já feito
Quando Cavaleiros do Zodíaco O Início, enfim, chegou aos cinemas
brasileiros todas as respostas foram dadas, a começar pelas
salas vazias! Especialmente aqui na cidade, também conhecida como
Santos, foi bizarro pois o filme teve uma sorte e brecha: a famosa
sessão lojista do Cine Roxy (bora fechar parceira, Roxy?) estava
disponível na estreia do longa!!!
Teve umas 15 pessoas na sala, levando em conta que assisti na sessão das 17h,
um público extremamente raso e que acabou condizendo com a qualidade do filme,
infelizmente. Ainda fico muito perdido em alguns sentimentos, realmente pagar
R$ 6 para ver o filme me deixou extremamente leve na sala e com os pensamentos
críticos, ou, de curtir mesmo que fosse horrível.
Eu ainda tenho um sentimento muito genuíno que a Marin foi um personagem bem
feito, com uma ressalva do início do treinamento ser mais cuzona do que
rígida, mais aí é um trope ou clichê Hollywoodiano nos filmes genéricos de
ação. O Seiya do Mackenyu é até que bom e também sofre disso e, a Saori até
virar vilã sem motivo, eu aceitei como foi feita e achei até legal o detalhe
bobo do cabelo dela ficando cada vez mais roxo, quanto mais se aproximava do
despertar de Atena no seu corpo.
Mas todo o resto, o filme até inicia bem, a cena de luta no ringue do Cassios
é boa, o próprio é um personagem legal até ele simplesmente resolver matar o
Seiya só porque sim! Quando o filme abraça por poucos momentos ser Cavaleiros
do Zodíaco, fica no ar que dava para ao menos ser algo visualmente melhor,
como o treinamento, a Marin, a cena da armadura que dava para ser melhor e o
visual das armaduras de Sagitário e Capricórnio. Tirando isso, junta tudo e
joga fora, especialmente a Guraad.
Flop do Zodíaco
Provavelmente em 2023, as únicas ligadas a zodíaco que deve ter dado dinheiro,
foram essas revistas de horoscopo e olhe lá, mesmo sendo copia e cola os
textos e acabo de possivelmente puxar treta com o sindicado dos horoscopeiros.
Para reforçar o que vem agora, vou colocar aqui o vídeo do meu amigo
Dalenogare, um dia seremos amigos, confio. Mostrando como foi um desastre
enorme a estreia do filme no Estados Unidos e como está fraco mundialmente.
Cavaleiros do Zodíaco não pegou top 10 das bilheterias yankee, ficou na
11ª posição perdendo para filmes que nem eles sabiam que existiam e iam pro
cinema. A Sony fracassou fazendo estimados U$ 535 mil dólares, sim, na casa
dos mil e não do milhão. A pré-estréia foi tão fraca que reduziram salas e, no
final, o filme foi exibido em 586 cinemas.
Na estreia o filme fez em torno de U$ 222 mil na sexta, em torno de U$ 186.000
no sábado e em torno de U$ 127 mil no domingo. Como fã de
Cavaleiros do Zodíaco é triste e dolorido ler e escrever isso, mesmo
que fosse esperado de certo modo.
Mundialmente, Cavaleiros do Zodíaco arrecadou pouco mais de 5 milhões de
Bidens, o Brasil foi responsável por gerar U$ 976.434 e desse total, meus R$ 6
geraram a contribuição de pouco mais de U$ 1.
O futuro de Cavaleiros do Zodíaco
Em termos de filme live action, eu espero que eu algum momento o Japão nos
entregue algo com tempo de tela para trabalhar bem a história e podendo ser
uma trilogia ou tetralogia, assim como foi com o ótimo trabalho de levar
Samurai X para versão física, o Japão sabe como fazer e pode fazer
tento o investimento necessário.
Eu não sou ninguém para falar como um filme desses poderia ser, até porque
acho um pouco complicado levar algo tão serializado para 1h30 ~3h de tela,
porém, um longa com mais de 2h rende fácil apresentar os cinco cavaleiros e
entregar um início de saga.
Em outras mídias alguns mangás chegam ao fim, outros retornos e sabe-se lá se
teremos algo novo escrito ou virando anime, afinal, Masami Kurumada está com
69 anos e o tempo joga contra. Por outro lado, se surgirem mais pessoas como
Chimaki Kuori, autora de
Santia Sho, há esperanças.
A obra está disponível em português oficialmente.
Não ironicamente um dos maiores contras de Cavaleiros do Zodíaco são os
fãs. É um saudosismo demasiado com o original, reclama de tudo, não compra
nada oficial, sabota novas ideias, reclama de tudo, não aceita novidades e
sempre reclama de tudo. Eu disse que vocês reclamam de tudo? Então fica
registrado, vocês reclamam de tudo sem ter um pingo de senso crítico e
elaborar os motivos, não atoa ficaram desesperado indo diversas vezes ver um
filme horroroso na esperança de ter bilheteria para uma continuação bomba!
Eu espero que possa vir algo bom ou com investimento melhor, foi um crime o
que foi feito com o anime de Saintia Sho, mas, talvez, seja apenas
aceitar que Cavaleiros do Zodíaco já tinha que dar e mesmo que surgisse
para a série, algo tão horroroso quanto o Dragon Ball Super é para
Dragon Ball, mas que deu uma vida nova e hype para a obra de Akira Toriyama,
eu acredito que daria errado pois os fãs reclamam de tudo.
Me dê sua força Pegasus!
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