Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya o Início não é tão horroroso quanto se esperava | Review


O grande dia chegou e, para os corajosos, ou não, descobrir se Cavaleiros do Zodíaco O Início (Saint Seiya The Beginning) foi muito bom, ok, se salvou ou uma verdadeira bomba monstruosa de horroroso como Hollywood geralmente costuma fazer, ao adaptar materiais famosos do Oriente. Cavaleiros do Zodíaco me surpreendeu e conto para você abaixo.

Sobre o filme

Produzido pela Toei Animation e baseado na sensação internacional do anime, Cavaleiros do Zodíaco traz a saga de Saint Seiya para a telona em live-action pela primeira vez. Seiya (Mackenyu), um obstinado adolescente de rua, passa seu tempo lutando por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. 


Quando uma de suas lutas inadvertidamente explora poderes místicos que ele nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de santos guerreiros, treinamento mágico antigo e uma deusa reencarnada que precisa de sua proteção. Se ele quiser sobreviver, precisará abraçar seu destino e sacrificar tudo para ocupar seu lugar de direito entre os Cavaleiros do Zodíaco.


Inversões do que conhecemos


Na obra original vemos que Mitsuma Kido engravidou 99 mulheres pelo mundo, teve 100 filhos, mandou os pirralhos pelo mundo ao completarem 6 anos para treinar e se tornarem Cavaleiros de Atena, destacando Seiya de Pegasus na Grécia, Shiryu de Dragão na China, Hyoga de Cisne na Sibéria, Shun de Andrômeda na Ilha de Andrômeda e Ikki de Fênix na Ilha da Rainha da Morte. Ao conquistarem suas armaduras, eles retornam ao Japão e participam da rinha, digo, Torneio Galáctico pela disputa da Armadura de Ouro de Sagitário.

No filme, vemos o jovem Seiya participando de rinhas para sobreviver e, ao lutar contra Cassios acaba descobrindo que é portador de uma energia chamada Cosmo. Após fugir das mãos da Guraad e conhecer Alman Kido, o jovem descobre que está destinado a se tornar o Cavaleiro de Pégaso para proteger a Deusa Atena.

Saori Kido manteve a dinâmica do resgate, e olha, gostei do trabalho feito para retratar as armaduras de Sagitário e Capricórnio na briga do "suposto Aiolos" protegendo o bebê Atena. O live action se baseou mais na versão tenebrosa do remake da Netflix e, com isso, temos coisas que dão a montanha russa emocional.


Treinamento de Seiya


Depois de realizar uma bela luta contra Cassios e dar fuga, Seiya, e nós, descobrimos mais detalhes da história e do destino do Seiya que é enviado para treinar com a Marin de Prata (até agora não entendi porquê não dizem Águia). Ela é seca, sarcástica, durona, a waifu que você sempre sonhou apanhar dela.

Esse arco de treinamento do Seiya é um momento até que bom, acaba sendo muito esticado, mas remete bem aos elementos que vimos e destruir rochas é uma das provas do avanço e domínio do cosmo. Ao conseguir se alinhar com a constelação de Pégaso, temos o primeiro aceno para a armadura, dando aquele visual da roupa de treino do anime e mangá.



As armaduras seguem uma mistura do clássico com a releitura apresentada em "Os Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda do Santuário". Ou seja, temos a ideia do cordão com pingente, temos as urnas e, como visto em todos os materiais de divulgações, as armaduras são mais fechadas, mais "medievais" com estilizações que remetam ao Pégaso e a Fênix.

Plot de centavos


Muito das coisas boas, ok e aceitável, estão ai sem dar spoiler relevante, entretanto, o filme seria mediano com tranquilidades, o que faz ele oscilar muito entre você ficar numa boa, dividido ou torcer a cara, são para as "americanizices" que Hollywood enfia em todo filme de ação.

Quando precisa lembrar que é um filme no nosso universo, fica um pouco entediante e até dá um sentimento de ser um filme de 3h e arrastado. Quando ele lembra e abraça a "galhofa", mesmo pisando um pouco no freio, é legal. Podia ser melhor mas eles abraçam a ideia dos golpes, guardião surgindo nas costas do personagem, "rabiscar" a constelação.


Mas essa coisa de sempre deixar elementos genéricos dos filmes de ação por lá, como exagero de aparatos tecnológicos, muitos momentos desnecessários com armas de fogo, um plano esquisito da Guraad sobre lidar com usuários de Cosmo e como isso faz a nova versão das crianças do Kido.

Ao meu humilde ver, se mudassem um pouco os detalhes para seguir esse prólogo de "surgimento" de Seiya se tornando Cavaleiro de Pégaso e Saori despertando a Deusa Atena, dava para desenrolar algo que não nos fizesse "esquecer" certos momentos para ficar melhor.


Santo Seiya


Ao fim da sessão eu fiquei com um sentimento morno e com vontade de ver sequência!! Sim, eu quero ver como eles arruinariam as 12 Casas pois, esse arco, com os eventos do filme e dependendo de como é na versão Netflix, tende a ser um show de armaduras lindas, numa história que risos de nervoso intensificam no ar.

Eu fui de coração aberto para a sessão, sem julgamentos prévios e afins, entretanto, é inegável que eu ficava com aquele leve sentimento de "pode ser uma bucha com força". Foi uma montanha russa de sentimentos e que no fim da volta, não foi esse show de horror que parecia ser. Podia ser melhor, sem dúvidas.


Tem um momento que fazem um arranjo instrumental que, conforme vai avançando a música, que canalhas, esse Pegasus Fantasy tocando discretamente e mexendo no emocional. Quando Seiya consegue sua armadura, eu pensei que ia tocar o clássico, seria foda e muito melhor que a trilha genérica.

Outro ponto irritante é como parecia que o filme era ação no universo cinematográfico da DC, escuro demais em diversas cenas de lutas. Disfarçar um CG mais discreto ou baixo orçamento das armaduras de capangas? Que também lembra que o Cassios começa como um personagem legal e depois se torna um random.


Eu não vou dizer se vale a pena, ou não, assistir Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya O Início por um motivo simples. Esse filme divide cada fã de CDZ e vai do seu sentimento encarar esse filme ou não. Se tiver promoção na sua cidade, aproveita sem medo nesse caso pois eu paguei R$ 6 nessa estreia, stonks!


PS: ao chegar ao fim do texto noto como o Ikki é tão mal explorado para sabermos melhor dele e, muito na cara que será para um segundo filme, que ficou escondido no churrasco desse review.


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