Review: Alita Anjo de Combate (2019)


Mais uma adaptação japonesa chegou nas mãos dos produtores de Hollywood na última década. Um misto de sentimentos ficam no ar quando temos esse tema, afinal, o número de erros é maior que o de acertos e com Alita Anjo de Combate temos um filme que vai em uma linha próxima do que foi Ghost in the Shell no cinema. Os paralelos, as diferenças e o filme, vamos começar a ver a seguir.


Alita e Ghost in the Shell

Ambas são obras de ficção-científica criadas no na transição das décadas de 1980 e 1990 e alguns detalhes se assemelham na obra. As protagonistas femininas e a mistura que isso gera de ter a mocinha que desce a porrada em todos e que IA com voz de mulher geralmente são vistas como mais aterrorizantes. Das moças "órfãs" que não sabem seu passado e ao longo da história vão descobrindo algo mais e uma guerra!


Olhando assim parecem as mesmas obras com caminhos apenas diferentes para chegar ao ponto final, porém, enquanto em Ghost in the Shell foca na crise existencial de Mokoto não saber sobre ela e busca entender sua existência. Já Alita não sabe sobre seu passado e vai descobrindo com o tempo e no presente, conforme lembra do seu passado, abraça seu lado guerreira.

Para saber mais de Ghost in The Shell confira a resenha do OVA e a resenha do filme que foram recuperados para o site..


O que é Alita?


Gunnm
"Gun-Mu", algo como 'A arma dos Sonhos' ou Battle Angel Alita é um mangá de ficção científica lançado em 15 de dezembro de 1990, no Japão, e já editado em vários países da Ásia, Europa, América Latina, Brasil e Estados Unidos. A obra foi criada por Yukito Kishiro.

Ao todo o mangá contou com 9 volumes publicados na Business Jump entre 15 de Dezembro de 1990 à 1º de Abril de 1995. Em 1993 foi lançado um OVA em duas partes pelo estúdio Madhouse com 30 minutos cada OVA.

Alita em Hollywood


Como era de se esperar em toda adaptação, existem diferenças e elas vêm para ajudar o roteiro andar e, pacificamente, contribuir na Ocidentalização da adaptação. Tudo começa com o Doutor Dyson Ido  (Daisuke Ido no original) fuçando no ferro velho e lá encontra a cabeça inteira de uma ciborgue e resolve restaurá-la em seu laboratório.

Dando vida a mocinha robótica no corpo que seria utilizado para a sua filha vemos o nascimento de Alita, que diferente do mangá, o Dr. Ito escolhe o nome pois era o mesmo da sua herdeira, enquanto no original era do seu falecido gato.

O mundo fora de Zalém


Enquanto Zalém, a cidade no céu, é alvo de muitos como a chance de uma vida melhor, embaixo vemos a população vivendo em uma das cidades sobreviventes após a Queda. Na Cidade da Sucata vamos acompanhando Alita tendo a vida como se fosse uma adolescente normal e descobrindo o mundo.

Ela acaba se encantando pelo motorball, o esporte praticado pelos ciborgues da cidade que mistura duelos com esporte de bola. Dr. Ito trata Alita como uma filha e por consequência vemos ela querendo se livrar um pouco disso por ter dificuldades de descobrir seu passado e desconfiar que ele saiba mas não quer lhe revelar.

A adaptação acaba se tornando bem feita e a ousadia de fazer Alita com suas expressões digitalizadas e olhos muitos expressivos para dar um ar de anime e mangá, acabou sendo bem feito. Seus olhos passaram por muitos tratos até a versão final desde que filmes o primeiro trailer/teaser do filme.

As cenas de batalhas são bem feitas e temos ao menos três grandes lutas de ótima coreografias, e mais do que isso, boas ao ponto até de esquecermos que todas as expressões de Alita não são reais, mostrando que o trabalho de animação dela ficou excelente.


Sem o peso da Vigilante do Amanhã

Rosa Salazar

Como as similaridades eram impossíveis de não existir, muito na versão Ocidental de Hollywood, é notório que Alita Anjo de Combate parece ter tido um desenvolvimento muito mais leve do que foi Ghost in the Shell. Tá certo que a obra de Masamune Shirow talvez envolvesse um peso maior, e, com a escolha de atriz sendo um puta de um desafio com as tretas que gerou na época do lançamento.

Enquanto no Ocidente o choro era para tudo ser japonês, e cara, isso não é possível em Hollywood e lembre-se de "O Último Samurai" um filme ótimo mas que talvez sem o Tom Cruise sendo o "olho aberto" o filme não tivesse a mesma atenção e impacto, mesmo com Ken Watanabe no elenco.

Uma das coisas que dificultou a aceitação de GitS foi Scarlet Johansson como Motoko Kusanagi, pois, mesmo ela personificando o sonho da turma, o "meio nerd" a rejeitava na época. Ironicamente, Scarjo facilitou a vida em um mercado onde havia expectativas para o filme ser aceito: Ásia.

Rosa Salazar não teve essa pressão, e, o fato dela interpretar, mas, sua face não ser vista acaba colaborando um pouco. Realmente dá para ver uma leveza para criar Alita, e, em meio aos prós e contras, Hollywood fez um grande trabalho e eu já tive medo desse universo que eles estão acertando a mão nas adaptações japonesas. Depois a Netflix resolveu arrastar para cima as esperanças.

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