Review: A Vigilante do Amanhã - Ghost in the Shell (2017)


Depois de relembrarmos o OVA de 1995, agora, vamos falar da versão Hollywoodiana de Ghost in the Shell. Era o momento da turma no Estados Unidos finalmente acertar a mão em adaptar algo vindo do Japão, e veja bem, sci-fi ajuda. Vamos descobrir no que deu pelo meu ponto de vista com as memórias da época.


Sinopse Ghost in the Shell

Num mundo pós 2029, cérebros se fundem facilmente a computadores e a tecnologia está em todos os lugares. Motoko Kusanagi, conhecida como Major, é uma ciborgue com experiência militar que comanda um esquadrão de elite especializado em combater crimes cibernéticos.

Sobre o filme

Como os trailers já nos indicavam, cada cena retratada do OVA foi fielmente realizada no live action. Logo na abertura a criação do corpo da Major, segue os mesmos ângulos do anime. Muitas coisas não há do que reclamar, souberam tratar bem o produto.


A história segue as ideias do OVA, conforme era possível deduzir primeiros materiais divulgados para promover o longo e, abraça o conceito de Stand Alone Complex, ou, o complexo da solidão. Todos os problemas que Motoko Kusanagi enfrenta no OVA, ela enfrenta aqui e, principalmente, quando começa a questionar sua existência e origem.

Uma adaptação desafiadora

Aliás, nesse aspecto, o filme introduz um pouco de liberdade criativa e não descaracteriza a fonte, pelo contrário, simplifica sem nos tratar como bobos e realça ainda mais o fato de existir a alma (Ghost) dentro do corpo cibernético (Shell).


Quando falamos de liberdade criativa nas adaptações, em geral, elas tendem a ser o motivo de rage. Honestamente, não senti falhas no filme ao ponto de algumas críticas exageradas à época e, até mesmo aquela polêmica do White Washing tem um plot digno dos dibres do Ronaldinho Gaúcho. 

Confesso que um detalhe do nome dela me irritava muito no filme, até que, veio na minha cara de forma a amarrar a trama e manter as motivações dela, e sim, no final das contas ela é Motoko Kusanagi.

Outro ponto a se destacar é identidade visual do filme e principalmente a caracterização final dos personagens. Eu lembro bem quando sentia que em alguns momentos, Major parecia um cosplay simples e não a retratação da personagem. Vendo o filme e tanta coisa bem encaixada, notamos como foi acertado cada detalhe.

Scarjo utiliza as mesmas roupas civis de Motoko, seu andar um pouco desajeitado, possui seus momentos de relaxar mergulhando. Batou está impecável no figurino e principalmente o detalhe dos seus olhos. Togusa não aparece tanto, contudo, é possível identificar a mesma intensidade da humanidade dele do anime no live action. Um grande destaque vai para Daisuki Aramaki e junto com ele, suas falas, totalmente em japonês.

Chefe Aramaki no Sector 9

Esse detalhe de permitir o oriental, sendo totalmente oriental, parece algo bobo, porém, como falamos de um futuro com tanta tecnologia era de se esperar implantes de tradução, certo? Já que falamos de japonês, repito, o caso do washing white que foi o grande auê da época, teve um bom contorno e todos os orientais do filme são respeitados, até as gueixas robôs.


No fim do dia, enjoy the silence

No final das contas e com tantos detalhes a terem de acertar, dibrar e conseguir entregar um filme que seria assistido além da sua bolha, Ghost in the Shell acabou jogando seguro e entregou um bom entretenimento. Poderia ser melhor? Sempre existe essa possibilidade, contudo, em meio a turbulência que foi esse projeto vir ao ar, o resultado final é satisfatório e pode ser melhorado em uma futura continuação.

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