Oshi no Ko: Episódio 13 - Telefone sem Fio | Review

Segundo episódio da segunda temporada de Oshi no Ko nos mostra o resultado do embate do criador contra o roteirista na adaptação de um mangá para outras mídias.


O episódio dessa semana de Oshi no Ko começa exatamente onde terminou o da semana passada, com a Abiko-sensei PUTA com o roteiro da peça 2.5D de Tokyo Blade, o mangá de sucesso que é de autoria dela. Ela pede uma revisão total do roteiro e humilha a equipe de produção após elogiar os atores. Mas como chegou nesse ponto? É o que o episódio de hoje de Oshi no Ko nos conta.


Como é adaptar um mangá para o teatro?


Voltando algumas horas atrás vemos os atores chegando no local do ensaio e se apresentando, afinal, dessa vez a Lala Lai contratou atores de outras companhias para reforçar seu elenco, mesmo tendo em seu cast o premiado ator jovem Taiki Himekawa. A Lala Lai também conta com a queridinha do ADM em seu elenco de atores, Akane Kurokawa.

Vindos da Strawberry Productions temos Kana Arima e Aquamarine Hoshino e, complementando os atores de fora da companhia, temos Melt Narushima do Sonic Stage o qual já havia trabalhado com Kana em Sweet Today.

Um grande elenco promissor que vai encarar o trabalho realizado pela equipe da peça composta por: Raida Sumiaki (Produtor da peça Tokyo Blade), Kindashi Toushirou (diretor), GAO-san (roteirista), Sakuya Kamoshida (responsável pelos efeitos 2.5D). Mal podiam esperar pela emoção que viria pela frente.


Ao assistir um dos ensaios da peça, Abiko-sensei fica feliz com o elenco, mas, sugere uma alteração no roteiro da peça teatral de Tokyo Blade. Simplesmente ela deseja um roteiro novo, feito do zero, estando há 20 dias da estreia do projeto. Ela reclama que já havia solicitado dezenas de mudanças por diversas vezes e, praticamente, ninguém deu ouvido as reclamações dela.

Isso é verdade? Não por completo, afinal, o episódio nos mostra um pouco de como as coisas funcionam em uma adaptação de mangá/quadrinhos em outras mídias. Vemos que o projeto começa com o produtor discuntindo com roteiros e diretor o roteiro inicial. Após o rascunho inicial, temos algumas revisões e, antes da versão final surgir, é enviada ao autor para aprovação.

No caso de Tokyo BladeAbiko-sensei não gostou nada do que viu e, em estado de fúria, escreveu as revisões de forma pesada. Como passar adiante de forma mais moderada? Ai que entra o papel do editor do mangaká, ele é responsável pela intermediação e, acabou reescrevendo as reclamações de forma mais polida. Nesse caso, Abiko age mais pela emoção do que pela razão e dificulta um pouco o trabalho.


Seu editor então anota as reclamações para passar adiante, são muitas pessoas entre o autor e o roteirista, criando um imenso telefone sem fio. O Gerente de Direitos Autorais recebe as reclamações e, mesmo elas estando em uma estado mais suave que as palavras da autora, ele ainda se vê na necessidade de polir ainda mais o pedido. Já sabemos no que vai dar.

O produtor recebeu as reclamações e, então, as passa para o roteirista que recebe através da sua/seu Gerente e, finalmente, chega ao roteirista as mudanças solicitadas. Nessa viagem toda não é exagero, ou erro, acreditar e esperar que, a mensagem original, já tenha sido tão distorcida que o trabalho da correção pareça ter sido feito errado.

Roteiro alterado diversas vezes até o dia da Abiko-sensei acompanhar um dos ensaios, junto da autora de Sweet Today, Yoriko Kichijouji. A reação da autora é horrível e, no embate final, ela faz o que muitos já devem ter feito por aí: sugere dela mesma reescrever o roteiro ou cancelaria a licença pagando do próprio bolso a multa rescisória.


Roteirista também é gente


O caso acaba com Abiko assumindo o papel do roteiro e dizendo que não quer ser creditada por isso, podendo manter o nome e o pagamento ao GAO-san. Ele dedicou um esforço enorme nesse projeto, se tornando um leitor fiel de Tokyo Blade e buscou levar aos poucos algo realmente digno do material fonte.

Me deu pena ver como Abiko detona ele de forma cruel em suas palavras e, na sequência, vemos como foi a dedicação de GAO, até mesmo tentando encaixar as mudanças solicitadas pela autora. Oshi no Ko não brinca quando o assunto são bastidores do entretenimento e, nos surpreende de diversas maneiras, afinal, como consumidor temos pouca noção das hierarquias e disputas e, mesmo que o anime exagere um pouco, acabamos ganhando uma noção dos processos.

O roteirista é uma peça bizarramente descartável e, se você é fã de cinema de heróis, já notou isso há muito tempo. Produtores vão meter o bedelho no roteiro, diretor talvez queira algo e, no fim, o roteirista apenas faz o que lhe pediram sem, de fato, poder fazer seu trabalho direito em produções de grande orçamento. Cada vez mais quero ver o resultado final de Tokyo Blade no anime.


Akane é minha camisa 9


No meio desse furacão todo ainda temos um pouco de tela para a vida dos personagens. No inicio vemos Kana tendo mais uma crise de ciúmes com o casal de aparências, afinal, Akane se propõem a ajudar Aqua em tudo que ele precisar, já que, ela é uma atriz de teatro e quer devolver o favor que ele fez com ela no reality show e também por ter salvo sua vida.

No meio dessa água de salsicha toda, rola os desentendimentos da peça, o elenco ganha folga e nesse meio tempo Aua fala como ele não acha nada demais o teatro e, indignada com isso, Akane diz que é o momento deles terem um encontro e leva o bicudinho para ver uma peça teatral "stage around", o mesmo tipo de peça o qual Tokyo Blade será adaptado e Aqua faz zero noção de como seja atuar em algo assim.


Oshi no Ko segue sendo brilhando nos detalhes e execução. Recorde o primeiro episódio aqui.

Oshi no Ko vai ao ar toda quarta-feira.

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