O que é X-Men?
A equipe de super-heróis da Marvel criada pela dupla Stan Lee e Jack Kirby (muito provavelmente mais pelo segundo e impulsionado pelo primeiro) nasceu em setembro de 1963 na The X-Men #1 trazendo como primeira formação dos nossos heróis mutantes: Charles Xavier, Ciclope, Fera, Homem de Gelo, Anjo e Garota Marvel (Jean Grey).
Eles são mutantes, ou seja, são humanos que por volta da puberdade, acabaram descobrindo terem algum super poder e/ou habilidade devido a mutação da sua genética. São considerados o salto natural de uma evolução humana, contudo, essa diferença faz com que os "humanos comuns" tenham medo e preconceito deles.
Vemos o embate de ideias sobre como essa convivência deve ser realizada, de um lado, Charles Xavier e sua visão mais pacifista e positiva da coexistência entre humanos e mutantes tranquilamente. Já Magneto, um dos maiores rivais e grande personagem do Universo Marvel, acredita que os mutantes têm de mandar na coisa toda e dominar com sua supremacia.
X-Men e a infância
Agora vamos a um ponto que muito me chama a atenção. Por mais que X-Men, de fato tenha diversas pautas importantes, quando conhecemos os personagens, advinha? Não sabíamos porra nenhuma sobre isso, ficamos sem saber e, a depender de como sua vida seguiu, sua lembrança está naquilo pelo qual todo mundo (ou 99% das pessoas) fez: escolheu seu favorito pelo poder que tinha.
Sim, amiguinho chato do churrasco. Todos nós temos o nosso primeiro contato vendo que cada mutante tem um poder, cada um mais legal ou curioso que o outro. Uns mais destrutivos, alguns menos úteis. Mas todos, TODOS, de algum modo, sempre chamaram atenção. Isso se reforça na geração dos 30 anos ou mais cujo caminhos de mídia, após conhecer o desenho, foram dois: quadrinhos ou games.
Quem foi para os quadrinhos, acabou conhecendo muito mais coisas e, sim, conforme foi crescendo é a grande a chance dela ter aprendido e notado uma pauta e outra ali. Começar a ver que o medo dos humanos com os X-Men, que para nós não fazia sentindo pois "nós sabíamos" que eles eram "mocinhos", era esquisito e irracional. Ai já cruza dois pontos: o ser-humano tem medo do desconhecido e, com isso, vem um forte preconceito. Racismo, o nome da fera (desculpa, o Fera se chama Hank McCoy).
Tanto que, existe um momento dos X-Men, na fase com o roteirista Chris Claremont, vemos basicamente Charles Xavier e Magneto como se fossem, respectivamente, Martin Luther King Jr. e Malcolm X na causa mutante. Com o primeiro tendo ideais mais pacifistas e tendo um sonho, enquanto o segundo, preferindo meios mais agressivos. Magneto quis, logo em sua estreia, jogar uma bomba nuclear nos humanos só para ver uma coisinha...
O segundo caminho do jovem dos anos 1990 foi ir para os games. Aqui, talvez, e com dúvidas por puxar da memória essa parte, o game X-Men Mutant Apocalypse deu algo diferente da pancadaria desenfreada que fez muitos gostarem desse lado dos X-Men.
Você não entendeu errado...
O pessoal que amou os personagens no desenho, não entendia a história pois confundia um pouco, principalmente dependendo de ver na mamãe Globo naquela época (para nós, pobres que não tínhamos acesso a Multicanal e Fox Kids). A galera que seguiu um caminho diferente e, ainda consumindo X-Men de alguma forma, ficou com algo bem raso, bem simples e a base que todos vão ver: mutante e poderzinho.
Tempestade era apeluda demais... |
Marvel Super Heroes, X-Men vs Street Fighter, Marvel vs Street Fighter são games que reforçam isso. Muitos que amam o Ciclope gostava da sua liderança ou poder e, pelo segundo, acabava jogando muito com ele e assim com os demais. Talvez a exceção seja o Wolverine. Pessoal gostava do lado bruto dele, e amava o quão bruto ele era nos games risos.
Eu sempre vivi o meio termo desses mundos. Vivendo mais os jogos e, por eles, conhecendo personagens novos que, assim, me levavam a pesquisar sobre eles de algum modo (lembrando que anos 1990 Google e Cadê engatinhavam e PC com internet para pessoa tipo você, burguês safado). O triste era ter de fazer tudo sozinho, fazia falta não ter um irmão mais velho ou ser abraçado por alguém como um irmão mais novo que te mostra esse mundo nerd.
Isso fez o lado otaku vencer, seu preconceituoso com turma que descobriu animes e tokusatsus pela Manchete.
... apenas consumiu diferente e vida que segue
Então me caro tomodachi das interwebs, se você foi alguém que consumiu o desenho e os personagens pelos jogos e, de bônus, tivemos X-Men Evolution no SBT (sdds de saber como que acabou, alou, seu Silvio Santos) tá tudo bem. X-Men Evolution, justiça seja feita, foi mais categórico de mostrar essas coisas de forma melhor para a jovem audiência. Esse provavelmente é o tipo de contato que você ainda tem pelas memórias e ver os personagens nos games, ou, os filmes dos anos 2000 e os mais recentes te mostraram mais histórias e mutantes.
Muitas das pessoas que amam se fazer da politizadas e certinhas que entenderam X-Men mesmo quando elas não sabiam conjugar 3 tabelas de verbos, elas são iguais a você até um certo evento da vida delas. Note que é sempre o mesmo perfil de pessoa quando fala de dedo/boca cheia "leu X-Men e não entendeu nada". Essa pessoa também não entendeu nada, até alguém com o mesmo lado político dela, ensinar ela a repetir as mesmas coisas sobre a obra e, se tornar um papagaio da pessoa.
Pessoa, você também consegue pensar e analisar a obra para além do que te falaram para como tratá-la. E, como a ideia dessa parte aqui é ser justo. Se a pessoa que teve o contato moderado, ao crescer, procurou conhecer mais e soltas umas asneiras envolvendo lacração...
Mas você pode entender errado quando adulto
Se você cresceu e resolveu procurar entender melhor a obra, parabéns. X-Men possuí muitas coisas legais de lermos e trazem uma boa reflexão em muitos temas que abordam e, que os personagens fazem alegorias. Contudo, crescer, se tornar adulto, ter idade, não é significado e garantir de nos deixar inteligentes, podemos virar papagaios dos outros. Faz o L, faz arminha.
Recentemente o fenômeno de polarização do entretenimento vem acabando com toda e qualquer discussão que pudesse existir e, de gerar reflexões. Hoje todo mundo precisa ser certo, todo mundo é o correto (até quando errados) e todos querem os likes concentrados em si. Hoje ou você consome as coisas sendo uma pessoa de esquerda ou você será alguém desprezível. É hilário pois, dos dois lados, têm pessoas desprezíveis. Sejam as que falam lacração pra tudo sem saber o que é isso, ou a que se coloca como perfeita online mas é suja e baixa fora da internet e zomba o que fala de lacração, sem também saber o que é.
Eu sei que a vida é dura para quem precisa trabalhar para seguir, mas, tanto o lado que perde o ânimo com tanto trabalho cansando no dia a dia, como os que estão mais flexíveis: degustem seus entretenimento, depois, aprendam e entendam melhor a obra na segunda conferida.
Você já tá grandinho demais para ficar na internet com discussões e brigas idiotas, talvez, até pai/mãe de família você se tornou e tá reclamando da roupa de personagem (sem analisar contexto de cenário e época) ou falando mal do outro, por motivo besta, enquanto faz igual no off.
Aproveitem X-Men '97 e aprendam coisas com o legado de Charles Xavier. O Magneto é um puta personagem foda, mas, nem tudo se vence a força e nós convivemos em sociedade. Ainda!
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