Street Fighter 6 traz a esperança e alegria que o antecessor não trouxe totalmente | Review


Em 2016 recebíamos o sucessor do grande sucesso que foi Street Fighter IV e suas atualizações e, com tudo isso, havia uma expectativa de, ao menos, o Street Fighter V manter esse espírito mesmo arriscando diversas coisas novas. O jogo chegou e não parecia completo, as mecânicas novas acabaram não alegrando como se esperava e, agora com a chegada do Street Fighter 6, o pontapé inicial é melhor? Vamos conversar nessa análise sobre um dos maiores lançamentos mais aguardados desse site em 2023.

O que é Street Fighter 6

Street Fighter 6 é o sexto lançamento da série principal de jogos de luta da Capcom dando sequência a história do game com os eventos atuais se passando após o que vimos em Street Fighter III. Para você não ficar tão confuso, aqui vai uma rápida ajuda com a linha do tempo (talvez deixe mais "maluca suas ideias"):

  • Street Fighter (1987)
  • Street Fighter Alpha (1995 - 1998)
  • Street Fighter II (1991 - 1994)
  • Street Fighter IV (2009 - 2014)
  • Street Fighter V (2016 - 2020)
  • Street Fighter III (1997 - 1999)
  • Street Fighter 6 (2023)

Além de tudo que podemos esperar em um jogo de luta, dessa vez, Street Fighter pegou um pouco de ideias do passado, olhou nos rivais atuais, e trouxe algo para nos entreter além do tradicional x1 com amigos no offline ou online.


Os modos de jogo do Street Fighter 6


Street Fighter 6 nos traz três principais modos de jogo que são o World Tour, o Battle Hub e o Fighting Grounds. Três modos um pouco distintos um dos outros, entretanto, unidos pelas boas tretas que nos aguardam nesse mundo dos World Warriors.

No Fighting Grounds temos o mais tradicional e básico de todos os jogos de luta, desconfie quando comprar um e não tiver essas opções. Aqui estão abrigados os modos arcade, versus, desafios, treino e tutoriais.

O Battle Hub é o modo online, é a digitalização do lobby em um ambiente que lembra um pouco as casas de arcades no Japão. Temos diversas cabines com o jogo, e umas surpresas nos cantos da sala que valem a pena serem curiadas, e, assim como no mundo real, temos duas máquinas "costa a costa" e, de um lado um jogador senta com o seu avatar e, do outro, o desafiante com o seu e a batalha começa. Também podemos deixar ativadas as opções de duelos casuais e rankeadas fora das máquinas e até mesmo batalha de avatar.

Agora, para os saudosistas que curtiram o antigo modo World Tour em Street Fighter Zero/Alpha 3 com o A Shadow Falls do Street Fighter V. Estaremos em um mundo aberto onde podemos desafiar os civis para duelos, realizar missões para upar nosso avatar e, encontrar os personagens do game por aí para nos ensinarem golpes e, claro, tudo conforme a história avança e nos traz algumas surpresas que não eram esperadas mas foram bem vindas para a trama e lore do universo Street Fighter.

Street Fighter 6 para todos


Uma das novidades mais discutidas desde que foi mencionada a sua existência em Street Fighter 6, são as opções de controle. Querendo agradar a todos a Capcom melhorou algo que tentou no Street Fighter 5, de deixar o game mais acessível para novatos, mas, sem tirar o desafio dos veteranos ou daqueles que gostam de jogos de luta mas não são tão viciados.

Com as opções de controle Clássico e Moderno, a diferença é que o primeiro é o tradicional esquema de botões que conhecemos na franquia, com três opções de socos e três opções de chutes. Já no modo Moderno, cada botão é uma força de golpe e um botão para os especiais (Hadouken, Shoryuken e etc). Combinando botões, saem outros golpes e até mesmo as Super Arts e Critical Arts.

Vai de você escolher o melhor para você e ser feliz jogando, ignore qualquer eventual fiscal de modo de controle. Não duvide de muita gente mudar de ideia se ver algum profissional utilizando esse esquema em torneio, mas, novamente, escolha o que você melhor se adapta e seja feliz pois, você vai ganha e perder, surrar e ser surrado, nos dois esquemas de botões.


As novas mecânicas do Street Fighter 6


Sem deixar muitas saudades em muitos, Street Fighter dá adeus ao V-System com seu V-Trigger-, V-Skill e V-Reversal para o Drive System que nos traz o retorno do Parry (mais simplificado) e, agora chamado de Drive Parry, e do Drive Impact, que vai deixar uma sensação de evolução parcial do Focus Attack do Street Fighter IV.

O sistema de Drive Parry, assim como era o V-Skill do Ryu em Street Fighter V, agora, é universalmente ativado com Soco Médio e Chute Médio ao mesmo tempo. O uso ajuda a construir a barra de Drive, a que fica abaixo da barra de vida.  Essa barra é importante paras mecânicas do game.


Já o Drive Impact é realizado com os botões Soco Forte e Chute Forte ao mesmo tempo. Note no clipe acima que podemos ver as duas mecânicas em ação. O chute da Chun-Li com o sombreado verde, é o Drive Impact e, no final, modestamente, meu brilho cagada de acertar o Parry e finalizar a luta e me sentir o Daigo Umehara contra o Justin Wong no EVO 2004.

Ao utilizar o Drive Impact é consumida uma parte da barrinha e, o golpe, possuí armor (armadura) e resiste à dois hits e, se levar três golpes durante a animação, ele é interrompido. Utilizar uma Super ou Critical Art, também quebram o movimento do Impact.

Além de ser uma opção para avançar com alguma segurança podendo levar até dois hits, o Drive Impact também é forte para quebrar a defesa adversária e, se ele estiver com a barrinha de Drive vazia e receber o impacto, o Burnout acontece acontece e seja feliz! Nesse estado o personagem perde capacidades defensivas e, se for realizado com o personagem na parede, o stun vem!


Um elenco de estrelas e novas faces


A Capcom foi ousada quando lançou Street Fighter III New Generation em 1997 com um game muito bom em sua jogabilidade e novidades, entre elas, diversos novos personagens pois o nome é a nova geração, entretanto, esse foi o ponto que afastou uma galera do game. Somente Ryu e Ken estavam presentes.

Suas atualizações acabaram melhorando um pouco isso e tivemos Chun-Li no Street Fighter III Third Strike e, o queridinho de todo mundo, Akuma em Street Fighter III 2nd Impact e Third Strike e, desde então, ela vem mantendo os "oito originais" para atrair os fãs sem medo.

Quando Street Fighter IV foi lançado com novos personagens, alguns retornos do SF3 e, no meio deles, lá estavam Ryu, E. Honda, Blanka, Guile, Ken, Chun-Li, Zangief, Dhalsim, Balrog, Vega, Sagat e M. Bison. Todos os personagens do Street Fighter II.


Chegando agora no elenco do Street Fighter 6 temos os oito personagens clássicos, e dispostos na tela de seleção igual à época do segundo game e, entre retornos e novas faces temos: Juri Han, Cammy, Dee Jay, Jamie, JP, Kimberly, Lily, Luke, Manon e Marisa

Em breve teremos também A.K.I, Akuma, Ed e Rashid.

Os novos personagens seguem o que esperamos da série Street Fighter, aquela mistura que funciona no game de ter alguma seriedade, visual chamativo nos bonecos fortões, leve nos mais magros, personalidade impar mesmo que seja um pupilo, e aquela dose de galhofa que vem da forma inesperada como certa informação do JP.


Modo online sem medo

Falamos sobre como as novidades geraram uma boa nova dinâmica nos combates de Street Fighter 6 e, ao entrarmos na famigerada selva do online, a nossa experiência é muito interessante. A conexão é muito sólida e, a menos que a pessoa esteja jogando no wi-fi uma barrinha, a partida será satisfatória e muito boa, em termos de rodar lisa. Isso se aplica mesmo se o game nos mandar para os servidores do NA.

Street Fighter 6 já chega com um ótimo online e, para te ajudar a saber se nosso adversário está jogando no cabo ou no wi-fi. O ícone de conexão ele replica os tradicionais do nosso dia a dia com as barrinhas representando o cabo e, assim como no celular, o sinal "ondinha" representando o wi-fi. Cuidado com os Ken farofeiros sem cabo...

Jogo lindo, porém...


Passar horas duelando contra a máquina, pessoas nos arcades do Fighting Hub, experimentando umas casuais e tendo uma experiência muito boa, linda e sólida no online, desde o beta 2 antes do lançamento, jogar Street Fighter 6 é uma experiência tão boa, tão satisfatória e eu acredito que até mesmo os novatos no gênero se sentirão abraçados pelo jogo, a ser "ok" com seu personagem favorito para a selva do modo online.

Entretanto, como minha análise é escrita baseada na versão que joguei, ou seja, no Xbox Series S, existem alguns problemas nessa versão que merecem ser destacadas. Em termos de jogabilidade, que é o principal foco de um jogo de luta, tudo lindo, honestamente nada a reclamar pois está funcionando corretamente o que se espera no duelo.

Por outro lado, visualmente, o jogo continua com alguns problemas e eles incomodam. Texturas precárias como a já conhecida barba do Ryu e isso acaba se estendendo para diversos tipos de cabelos e pelos nos personagens, note como é bizarro colocar peito cabeludo no seu avatar por exemplo.

Explorar a Metro City nos dá outro exemplo de certas coisas mal otimizadas ou parecendo um port mal trabalhado do PlayStation 4. Ao andar pelo mapa veremos alguns NPCs e, ao chegar em algumas áreas, simplesmente aparecerão NPCs na tela da forma mais esquisita de pop-in.

Nas lutas também podemos notar que os cenários sofreram um pouco pois, alguns NPCs não estão presentes com animações mais restritas. Faltou empenho nessa versão pois o Series S tanka isso com facilidade.


Bem vindo a nova era do Street Fighter


Após tanta espera e expectativas o Street Fighter 6 chegou e entregou até mais do que as expectativas de muitos sobre o produto final. A Capcom entregou um jogo completo para termos a experiência positiva e sem problemas em um jogo de luta, exceção ao desleixo do polimento no Series S.

Mesmo sem termos ainda os primeiros torneios grandes em andamento, a movimentação e animação com o jogo foi grande, segue muito boa após os primeiros dias de lançamento e deve nos render uma interessante nova comunidade, com mais gente tendo interesse em melhorar e acabar descobrindo um novo mundo na fighting game community, a FGC.

Street Fighter 6 está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series e PC.

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