Blue Lock: um battle royale de ego no futebol


Desde que eu trouxe na época da Copa do Mundo do Catar de 2022 (La ele) a apresentação do anime de futebol daquele momento, o Blue Lock, confesso que somente depois de ver alguns detalhes a mais, me surgiu um interesse maior em ver sobre esse projeto de battle royale do futebol japonês. Enquanto não assisto ao anime, me pego viciado no mangá e vamos falar sobre a ideia inicial para, futuramente, falar sobre arcos e ideias do Blue Lock.


Recordando a história do Blue Lock

Yoichi Isagi estava a poucos momentos de marcar um gol que colocaria seu time de futebol do ensino médio na disputa dos nacionais, contudo, uma decisão em uma fração de segundo de passar a bola para seu companheiro de equipe custou-lhe essa realidade. Amargurado, confuso e desapontado, Isagi se pergunta se o resultado teria sido diferente se ele não tivesse feito o passe. Quando o jovem atacante volta para casa, um convite da Federação Japonesa de Futebol o aguarda. Por meio de um processo de tomada de decisão arbitrário e tendencioso, Isagi é um dos trezentos atacantes sub-18 selecionados para um projeto polêmico chamado Blue Lock.



O objetivo final do projeto é transformar um dos jogadores selecionados no artilheiro da seleção japonesa. Para encontrar o melhor participante, cada diamante bruto deve competir contra outros através de uma série de competições individuais e em equipe para chegar ao topo. Deixando de lado suas objeções éticas ao projeto, Isagi se sente compelido a lutar para chegar ao topo, mesmo que isso signifique esmagar impiedosamente os sonhos de 299 jovens aspirantes a atacantes.

 

Futebol se joga com EGO

O foco o qual Blue Lock trabalha o desenvolvimento dos personagens junto as suas diferenças personalidades é trabalhar o ego deles. O coordenador do projeto, e novo treinador da seleção japonesa de futebol, Jinpachi Ego, acredita que o que torna os grandes nomes do futebol, quando se trata dos atacantes, serem o que eles são é o ego!

Sim, para Jinpachi Ego, além do talento, determinação e foco em fazer grandes jogos e se destacarem, Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar Jr, Pelé, entre outros, são tudo isso por ter um certo egoísmo para brilhar. Tirando Pelé, que puxava o coletivo, mas sim, o negão era foda no X1 dibrando geral e marcando golaços, Jinpachi exemplifica bem cada um nesse sentindo.

Volta Neymar, o Santos precisa de você T_T

Como bônus, Pelé era um jogador de ego pois ele foi o melhor em todas as posições que jogou, incluindo goleiro. As poucas vezes que o Rei do Futebol precisou ser goleiro, ele nunca foi vazado!

Após o fracasso da seleção japonesa na Copa do Mundo da Russia de 2018, Ego tinha um plano para mudar o futebol do seu país e, assim, conquistar uma Copa do Mundo.


Battle Royale de futebol


Jinpachi Ego reforça que pela mentalidade japonesa, de modo geral, o Japão consegue ter bons, ou, até mesmo, grandes desempenhos esportivos nas modalidades que o coletivo faça a diferença. As equipes de vôlei são boas e incomodam frequentemente as grandes nações (e possuí no masculino seu próprio Hinata da vida real); no baseball o Japão incomoda demais Estados Unidos e Cuba; no futebol o feminino ganhou a Copa do Mundo de 2011 na Alemanha, vencendo as mentora da Alex Morgan nos pênaltis.

Mas, e o futebol masculino? Ego passa sua visão do que funciona e o que não dá certo, dentro da mentalidade coletiva. O Japão revela bons laterais e meias, vida o tanto de japoneses dessas posições que conseguem fazer carreira em ligas grandes da Europa. Sem falar em ligas menores, mas, atente-se em como a Bundesliga costuma ter muitos japoneses com o destaque para Kagawa, ou, como Shunsuke Nakamura (Deus do Chute) fez uma grande história pelo Celtics da Escócia.


Onde o coletivo faz a diferença no futebol, o Japão consegue se estabilizar e pode melhorar. Porém, futebol é um esporte coletivo que o gol faz a diferença e, para Ego, falta um camisa 9 extremamente fofinha e que queira ser chuteira de ouro pelo Japão. Saudades quando Kojiro Hyuga (Ruega) ainda jogava com o Oliver Tsubasa.

Com isso em mente ele desenvolve o Projeto Blue Lock. Reunindo os 300 melhores atacantes Sub-18 do Japão para competirem pela glória de ser o próximo atacante que liderará o Japão em busca do sonho da Copa do Mundo. O campeão será o Camisa 9 do Japão. E os outros atletas? Serão obrigados a abandonar o futebol.


Não questione meus métodos, aprecie os resultados


Quando os 300 de Ego estão no complexo da JFA (Japan Footbal Association) para o andamento do Blue Lock, gradativamente, ele vai colocando pimenta nos pensamentos dos jogadores para quem possam mudar a forma como pensam e encaram o futebol. Como os jogadores são divididos por rank e formam time baseado nisso, ou seja, a cada 11 temos um time, Jinpanchi começa com o futebol primitivo (sim, são times de 11 atacantes e, sim, iniciam como crianças correndo atrás da bola).

Note que mesmo que o foco seja individual, aprender a ser egoísta e fominha para ser artilheiro e carregar o time, e seu desejo de ser o Camisa 9 do Japão, futebol é jogado 11 contra 11 e como se organizam, é o detalhe inicial. Afinal, quem vai ser o goleiro se todo mundo quer fazer gol?


Mini torneios são realizados com os times, alguns passam de fase, os piores de cada time vai de arrasta pra cima na competição e retornam pra casa; quanto melhor seu desempenho, melhores suas recompensas para treinos e dieta; o melhor jogador do time se mantém seguro para próxima fase.

Obviamente gols é o principal fator de pontuação e um dos de desempate, fair play também é importante, ou seja, seja egoísta mas justo risos! Cartões amarelos te prejudicam na disputa do Blue Lock. Essa disputa insana consegue te prender de modo absurdo no mangá de Muneyuki Kaneshiro.

Jinpachi Ego lhe convoca ao Blue Lock


Um battle royale da bola parece loucura, mas, acredite, Blue Lock é bom e o mangá vai te garantir a curiosidade de ver onde e como essa história chega ao fim. Confesso, talvez os dois primeiros capítulos são um pouco chatos e não atiçam, mas, a curiosidade de ver o projeto e como funciona, garante um bom shonen esportivo que não entretém apenas os jovens.


Muitos comentam que o anime não é tão bom quanto o mangá, futuramente, assisto e comento para vocês. Por enquanto recomendo com força o mangá de Blue Lock e, aqui no Brasil, ele é vendido e distribuído pela Panini.

Dando continuidade ao review do mangá, conheça o festival de bagres do Ego em Blue Lock!

Postar um comentário

0 Comentários