A.I.L.A. chamou atenção desde sua primeira aparição pública, especialmente após a demo apresentada na gamescom latam 2025. A proposta era clara: entregar um horror psicológico que brinca com o medo, a tecnologia e a mente do jogador. Agora, com o jogo completo em mãos, é possível analisar com mais calma o que realmente funcionou e como ficou essa interessante experiência.
Uma ideia ambiciosa desde o início
Em A.I.L.A., assumimos o papel de Samuel, um testador beta responsável por avaliar uma inteligência artificial capaz de criar cenários de terror baseados diretamente no comportamento e nas reações humanas. A mistura de ficção científica com horror psicológico é o grande motor da narrativa e, desde os primeiros momentos, o jogo deixa claro que sua intenção não é apenas assustar, mas provocar desconforto.
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Essa sensação já estava presente na demo e continua sendo um dos maiores méritos da versão final: o medo nasce da atmosfera, da dúvida e da expectativa do que está por vir e, mesmo que a gente consiga adivinhar quando vai ter um momento de susto, jump scare ou algo que os filmes e séries te prepararam, você vai se assustar! Não duvide.
A.I.L.A. realmente brilha onde ela sabe brincar
A dublagem em português é um diferencial importante. Ela aproxima o jogador da história e reforça a identidade do jogo, algo que muitos títulos do gênero acabam negligenciando e, ironicamente, de estúdios com orçamentos de vários A.I.L.A.s.
O que poderia ser melhor
Apesar de muitas coisas boas e bem feitas, A.I.L.A. acabou pecando um pouco nos detalhes de algumas coisas importantes também para o estilo de gameplay que temos no projeto. O combate é o principal ponto que acabou ficando devendo. Ele pode parecer travado, impreciso e pouco satisfatório, quebrando o ritmo em momentos que deveriam reforçar a tensão.
Além disso, mesmo com uma primeira metade bastante forte, o jogo perde parte do impacto inicial. Alguns trechos soam repetitivos e menos inspirados, o que diminui a sensação de descoberta apresentada no início da campanha.
Embora nada seja grave a ponto de comprometer a experiência, pequenos problemas técnicos, animações estranhas e bugs pontuais aparecem ao longo da jornada e poderiam ter sido melhor trabalhados.
Vale a pena jogar A.I.L.A.?
Minha sensação ao jogar A.I.L.A. foi muito próxima daquilo que senti na demo: tensão constante, curiosidade e desconforto psicológico bem construído. No entanto, conforme a campanha avança, o foco em combate acaba diminuindo parte da força que o jogo constrói com sua ambientação e narrativa.
Ainda assim, os pontos positivos se sobressaem, especialmente para quem busca uma experiência de horror mais psicológica do que puramente baseada em ação. Os desenvolvedores souberam brincar demais para colocar em prática as ideias dessa São Paulo futurista problemática do horror.
A.I.L.A. é um jogo ambicioso que acerta em cheio na atmosfera, na narrativa e na identidade. Mesmo com problemas claros de combate e ritmo, ele entrega momentos memoráveis e uma experiência que merece atenção, especialmente dos fãs de horror psicológico.
A.I.L.A. está disponível para PC e consoles e, obviamente, é mais do que recomendado para quem busca uma experiência de terror psicológico intensa e diferente, mesmo que imperfeita.



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