Sinopse de Godzilla Minus One
Godzilla: Minus One é o novo filme do diretor e roteirista Takashi Yamazaki. No longa, o já conhecido kaiju aterroriza a cidade japonesa que se encontra devastada após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país saiu perdendo e vai do zero ao negativo com a chegada do gigante. No trailer Kōichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki) aparece machucado em meio a destroços e a protagonista Noriko Ōishi (Minami Hamabe) se depara com o temido titã que aos poucos se aproxima da cidade. O elenco também contará com atores Yuki Yamada, Munetaka Aoki, Hidetaka Yoshioka, Sakura Andō e Kuranosuke Sasaki.Os efeitos da Guerra
Godzilla Minus One começa no final da Segunda Guerra Mundial e conhecemos o
piloto kamikaze Koichi que, após dar uma fraquejada e priorizar sua vida ao
sentir que o resultado da guerra já estava definido, desviou da sua missão e
pousou na ilha que funcionava como mecânica para os aviões japoneses, alegando
que estava com problemas técnicos. Tachibana, o chefe mecânico dessa base,
nota que não tinha nada de errado e começa a pesar na dele.
Quando parecia que apenas isso seria a maior tensão na ilha, eis que, sem
muita demora, o filme nos dá aquilo que queríamos, ou melhor, a forma mais
modesta: Godzilla surge! Inicialmente o gigante não é tão grande quanto
conhecemos de outros filmes e, ainda assim, é forte demais e acaba destruindo
tudo, matando todos e apenas Koichi e Tachibana sobrevivem.
Ao retornar para o Japão, nosso protagonista vê com os próprios olhos o quão
destruído e como todo mundo, de algum jeito, perdeu muitas coisas e pessoas
importantes com os bombardeios. Carregando a vergonha de ser um kamikaze vivo,
ou seja, que falhou com sua única missão, ele se culpa demais e além dos
olhares e palavras pesadas que recebe dos populares que sabem disso, ele ainda
não sente que a guerra acabou para si.
Se vendo sem futuro e com o país começando a pensar em reconstruções pós
guerra, Koichi acaba conhecendo acidentalmente Noriko carregando uma criança
de colo e, sendo um escolha do acaso, o destino reuniu três pessoas sem
nenhuma ligação sanguínea, ou prévia, para sobreviverem juntos e, mesmo sem
oficializar, como uma família.
Godzilla é a guerra
Conforme a história avança e vamos vivendo os acontecimentos nas vidas dos
protagonistas e coadjuvantes, enquanto Godzilla começa a se fazer uma ameaça
presente, os sentimentos de tensão, horror e traumas que uma guerra gera na
população podem ser sentidas e abraçadas forte para emergir na experiência de
Godzilla Minus One.
Acredito que muitas pessoas talvez conheçam o Godzilla da forma mais simples e
fiquem perdidas quando veem pessoas falando dele como metáfora da guerra e
suas consequências, afinal, boa parte das pessoas viram os desenhos que
chegaram no Ocidente ou os filmes de
rinha de kaijus. Obras que têm pegadas diferentes do conceito original e, que ainda assim,
também são bem legais de assistir.
Com isso, Godzilla Minus One é uma excelente opção para essa audiência que tem
vontade de conhecer melhor e, seja qual for o motivo de não lembrar de ir
atrás, ser introduzido e abraçar essa ideia. Enquanto muitos apenas amam bater
nessas pessoas, aqui, eu te incentivo a ver mais coisas.
Eu me senti em uma montanha russa de emoções em Godzilla Minus One e até
chegar no ato final, a tensão e o sentimento de vai dar tudo errado era bem
forte. Eles acabam bolando um plano para tentar derrotar o Godzilla e, nessa
parte, o filme fica mais convidativo a esperança mesmo tudo parecendo que não.
Mas vai dar bom? O monstrão se tornou forte demais com as guerras e sua
chegada ao Japão, como o filme mostra bem forte, é a representação do pior que
o Japão viveu nesse confronto.
Note como para certas metáforas o Godzilla se encaixa bem e a mais escancarada
por passar despercebida. No filme, um leve spoiler necessário para ajudar
distraídos a terem mais curiosidades de revisitar o filme e pescar mais
detalhes, o kaiju utiliza sua rajada atômica duas vezes, quase uma terceira.
Qual evento na guerra aconteceu com o Japão quase três vezes, mas, as duas que
rolaram já foram o suficiente para o estrago no presente e futuro da nação?
Godzilla é imprevisível como tudo em uma guerra tende a ser. Não se sabe o
quão potente ele é; armas secretas (poderes no caso dele) ele tem; por quanto
tempo pode durar esse confronto; quando acabar, pode voltar? Tudo isso e mais
além da eterna dúvida se uma vitória, de fato, foi um triunfo.
Guerra, monstrão, política e um filmão
O Japão ama esconder as coisas e por sorte não nos escondeu um monstrão
gigante overpower e que conquistou o mundo, não apenas otakus e tokufãs.
Godzilla Minus One é uma excelente surpresa e uma alternativa maravilhosa para
você escapar um pouco dos filmes de Hollywood, e 2023 eles te ajudaram isso
com tantos filmes questionáveis e um e outro bons de assistir.
Mídias de guerra tendem a chamar atenção das pessoas e até que não são tão
ligadas, acabam dando alguma atenção. Assistir um filme de monstro que o
monstro não é 100% do foco, mas sim, parte do filme e, principalmente, ver um
filme do Godzilla onde a parte humana não é um saco ou desanimadora quando
aparece (oi, Godzilla 2014 eu gosto de você mas a família humana meh) é
satisfatório demais.
Godzilla Minus One foi minha primeira experiência em um filme mais tradicional
do Godzilla e amei a experiência. Um filme que custou pouco mais de U$10
milhões de Trumps e teve um resultado final maravilhoso e um dos melhores usos
de CGI, mesmo com o orçamento sendo meio Satoru Gojo. O monstrão é lindo em
cena e, mesmo quando é notória a queda, ela não estraga a experiência e mostra
como efeitos práticos da escola tokusatsu, ainda podem ser maravilhosos.
Apenas assista Godzilla Minus One e depois me agradeça a dica nos comentários,
ou, se você não gostar, me diz o motivo.
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